terça-feira, 8 de dezembro de 2009

CONSCIÊNCIA EXORCISTA


É certo que o mal existe. Muitos ainda duvidam da existência de Deus, mas o mal é evidente. Há aqueles que são simpatizantes das trevas, outros são indiferentes, há os que respeitam, os que lutam contra e os que se tremem de medo.
Como vamos nos livrar e nos defender deste mal?
As opções são muitas, inclusive já participei de algumas como, regressão, hipnose, banho de pipoca e outros condimentos, reza ‘forte’, novena, campanha e por ai vai.
Mas o que liberta de verdade?
A consciência. Somente ela pode perseverar na libertação que é um ato de fé, e esta é puramente racional. O animal vive por instinto, ele sabe que vai encontrar os suprimentos e as soluções para os problemas diários também não se preocupa com o dia de amanhã. Ele não tem fé, ele tem certeza. Que nada mais é do que fé, a diferença é que a fé dele é automática, enquanto a nossa precisa ser estimulada e fortemente sustentada.
A fé vem pelo ouvir (Rm 10.17) e ouvir é uma faculdade racional, pois o ouvir tem que ser acompanhado do entendimento, Filipe precisou explicar a Palavra que o eunuco estava lendo (At 8.26-40). Só teremos fé se raciocinarmos, ou seja, exercer a consciência, juntar toda a educação, experiência e personalidade por num balaio e agitar, a partir desta mistura, avaliar o que é bom e o que é ruim, então alistar um exército opositor ao pensamento ruim ou a tentação sedutora, e os soldados deste exército são as verdades e os princípios pré-estabelecidos na consciência. Só podemos gerar uma relação com o mundo através da consciência, através dela criamos nosso caráter e as nossas escolhas. A consciência é quem faz nossas escolhas e as nossas escolhas nos fazem. Através da minha consciência faço minha decisão e esta faz o meu caminho. Consciência também é sinônimo de responsabilidade, alguém consciente é alguém que sabe das suas responsabilidades.
Quando há um leão rugindo ao nosso lado, Pedro nos orienta resistir firme na fé, como Jesus exemplificou no deserto, manteve-se firme nos seus preceitos. Aquele que é consciente da Palavra de Deus e tem fé (certeza) que é a verdade, sabe que a tentação não é maior que a sua força e que após a tempestade virá a bonança (1Co 10.13). Foi isto que Deus falou para Caim, você sabe que isto é errado, a decisão e as conseqüências são suas, você tem força para escolher.
Mas quando o pecado já invadiu o quartel general é hora de aliar-se a outros exércitos, outras consciências, com uma fé mais forte. Pessoas que vão ajudar na caminhada da retomada do QG através da transferência de soldados (princípios) e também vai restaurar os soldados feridos deste exército que foi derrotado em uma batalha. Este tipo de consciência está cativa, é prisioneira do exército inimigo, está viva, mas sem força para lutar. A intervenção externa é necessária, mas com pouca intensidade, a força maior precisa vir do exército derrotado, isto é, da própria consciência a ser restaurada.
Há também aqueles que já foram saqueados e quase dizimados pelo exército inimigo, para estes é preciso uma intervenção de forças externas mais poderosas, buscadas através de jejum e oração. São os casos de possessão demoníaca, ou seja, o demônio entrou e tomou posse, é preciso que uma outra consciência cheia de fé venha expulsar o inimigo daquele território e devolvê-lo ao proprietário devido, fortalecendo o seu exército, a sua fé. É como o EUA está fazendo com o Iraque, ou pelo menos tentando. Vai ensiná-lo a pescar, ensinar a caminhar com seus próprios passos. Após a libertação a pessoa só irá manter-se liberta se caminhar através da sua fé firmada na sua consciência.
A magma de todas as virtudes é a perseverança, sem ela de nada adianta as demais. Libertação não é apenas um ato, é um processo, está profundamente ligada à perseverança, o liberto que não perseverar de nada adianta voltar à escravidão, por isso Paulo nos adverte constantemente para vigiarmos, estamos numa guerra espiritual que não são travadas com filosofias, manifestações místicas ou doutrinas religiosas. O que vale nesta guerra é a atitude desempenhada em cada situação de nossa vida, e com o conhecimento da verdade (Jo 8.32), podemos formar um forte exército para combater o inimigo. João fala ‘se andarmos na luz como Ele (Cristo) está na luz’, ou seja, viver tendo como luz, o conhecimento ensinado por Cristo. Esta é a forma de exorcizar os demônios que nos rodeiam. É dizer não ao caminho oferecido, mostrando-lhe que há um caminho incomparavelmente melhor. Jesus no deserto não só rejeitou a proposta de Satanás, mas rebateu todas com algo mais sublime.O exército somos nós que formamos, mas os soldados vêm de Deus, somente Ele nos presenteia com a pura verdade. Busquemos Nele os melhores princípios, as melhores diretrizes para nossa vida que é uma batalha diária.
Com que tipo de princípios guerreiros você quer formar seu exército de fé? Sua consciência está adequadamente habilitada para ser quartel general deste exército? Purifique-a na água viva da verdade que está em Deus, refletida para nós através do nosso Senhor Jesus, pois somente Nele somos mais que vencedores, somente seguindo o Único que já venceu o mundo alcançaremos uma vitória triunfante.
CLODOALDO CLAY NUNES

A IGREJA FOGÃO E AS PANELAS DIVISÓRIAS

Culto das mulheres, dos jovens, da libertação, entre outros títulos partidários que encontramos no meio evangélico são sutis separações que fazemos no rebanho de Deus. A priori transmite uma idéia de junção de um subgrupo, a posteriori chegamos a conclusão que é um cavalo de tróia, parecendo algo espetacular, mas é uma ferrugem que corroí aos poucos seus membros. É um vazamento que mina as forças do corpo.
Quando há um anúncio ‘culto das mulheres’, sendo um homem você iria? Se for inverso fica pior ainda. Uma mulher indo ao culto dos homens. Sabemos que não é exclusivo de um subgrupo, mas o culto já carrega no nome ‘das mulheres’, você entra e noventa por cento do público é mulher, então logo você cai em si que está no lugar errado. Da mesma forma que um crente com muito tempo de igreja não vai ao culto de libertação, pois ou ele vai ‘desencapetar’ os outros ou ele está em pecado. A intenção é ótima, atrair as pessoas que se identificam com aquele título, o partido anunciado, mas gera obstáculos para os outros que não se identificam. Libertação, prosperidade, bem-estar familiar, conhecimento bíblico, restauração e tudo o que se oferece nestes anúncios são conseqüências de todos os cultos a Deus, desde que seus participantes estejam mergulhados numa esfera de fé e obediência. Já o culto dirigido por um subgrupo é extremamente importante, pois gera a necessidade de formar líderes que vão dirigir um culto, mas este culto tem que ser para todos, as preparações devem ser feitas separadas e na sua maturação tem que ser servida a todos. Imagine o culto principal no domingo ser totalmente feito por adolescentes. Louvores, orações e até a Palavra sendo ministrada por eles. Da mesma forma com as mulheres ou a melhor idade. Provavelmente um culto de semana a tarde é dirigido por mulheres, mas o anúncio da reunião deve enfatizar a inclusão de todos.
Outro exemplo é dividir o rebanho em pequenos grupos, para uma igreja com muitos membros isto é inevitável, uma solução, para uma pequena igreja é um ataque terrorista, uma implosão e para uma igreja média é como andar no ‘fio de uma navalha’, situação delicada, é como dividir um átomo, pode gerar uma grande fonte de energia ou uma tremenda explosão. Os grupos vão se fechando e vivem o pequeno grupo mesmo fora dele, ou seja, carregam esta panela fechada para outras atividades que necessita de uma abertura para todos. A idéia de pequeno grupo transcende o motivo do qual foi criado e bloqueia a interação entre eles. Não há engrenagem entre os participantes dos pequenos grupos. Hoje temos uma sociedade hiper dinâmica, horários dos mais variados, por isso há necessidade de reuniões em lugares e dias diferentes, mas nunca podemos esquecer que somos UM CORPO e apenas uma reunião dominical não faz dele um corpo, pois muitas vezes o grupo se reúne mas não tem vida naquele grupo, é um vale de ossos secos. Isto fica nítido quando participamos de alguma atividade fora da igreja onde há uma convivência mais próxima, pode ser apenas três dias, seus relacionamentos e a intensidade entre eles se tornam muito mais próximos e forte, superando anos de comunhão dominical de apenas duas horas. A mão pode até fazer alguma atividade sozinha, mas ela só terá vida se participar do metabolismo corporal, alimentação e exercícios que não há como obtê-los fora do corpo e não há corpo forte que se alimente e se exercite apenas uma vez por semana. Não significa que precisamos nos reunir mais, precisamos a cada dia fortalecer a comunhão entre os membros do corpo fora das reuniões eclesiásticas. Telefonemas, e-mails, integração em passeios, diversões e principalmente em orações uns pelos outros mesmo que distantes fisicamente, assim o corpo se fortalece e cresce.
Fica claro que alguns alimentos precisam ser preparados em panelas separadas, os temperos são outros, a temperatura é diferente, mas é imprescindível que sejam servidos na mesma mesa, na mesma ceia, no mesmo culto que é para um único Senhor. E o culto a Deus é a expressão da nossa adoração refletida nas nossas ações e atitudes diárias nos relacionamentos entre os irmãos e principalmente com aqueles que não compartilham da nossa fé em Cristo. A igreja é um fogão que prepara os alimentos em panelas separadas, mais do que isto, a igreja é a mesa onde todos nós nos sentamos para participar de uma ceia servida pelo Nosso Senhor Jesus Cristo.
Clodoaldo Clay Nunes

CAFÉ COM LEITE, MALA PRETA OU ESTÁ NO SEGURO?

Como podemos ouvir que Jesus não tinha possibilidade de pecar porque era Deus. Que Jesus é esse? Se eu fosse Jesus me sentiria ofendido ao ouvir tamanha blasfêmia. Mas como Ele mesmo disse: “Perdoa-os Pai, pois não sabe o que falam”.
Primeiro, Ele se esvaziou de si mesmo. Esvaziou do quê? Esvaziou-se dos seus atributos divinos, isto é, se tornou homem mortal, mas contudo não deixou de ser Deus. Vemos Paulo dizer aos Filipenses 2.5-8. “Se esvaziou, tornou-se semelhantes aos homens, obediente até a morte” e também aos Romanos 8.3,4, “Deus enviou seu próprio filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado”, podemos entender claramente que Jesus deixou seus ‘poderes’ e se tornou semelhante a nós em relação ao pecado até a sua morte. Percebemos que Ele não se tornou igual mas semelhante, então é quase igual, falta pouco e este pouco é o domínio perdido por Adão. Se Deus quisesse alguém igual ao homem Jesus seria concebido de forma natural. Mas Deus queria um homem igual a Adão antes da queda, um homem com o domínio sobre a terra, céu e mar, concebido pelo próprio Deus. Um homem zero quilômetro, sem a semente do pecado em seu coração, mas com a possibilidade de pecar como Adão pecou, um homem sem o ‘conhecimento do bem e do mal’ (ressaltando que como Deus é claro que conhecia), uma terra virgem.
Podemos confirmar que Jesus era um homem normal que dependia de Deus e do Espírito Santo. Desde o nascimento (Lc 1.15;35), Batismo (Lc 3.22), foi levado pelo Espírito à tentação (Lc 4.1), cheio do Espírito para pregar, curar (Lc 4.18) e expulsar demônios (Mt 12.28). Então será que Jesus vivendo como Deus, ou melhor podendo utilizar seus poderes divinos iria necessitar do Espírito Santo até para pregar?
Jesus não usou seus poderes para fazer coisa alguma, ele mesmo disse em João 14.10 que é o Pai que está Nele é Quem faz as obras. Obras que podem ser até maiores dependendo da nossa fé e comunhão com o Pai (Jo 14.12). A divindade ativa em Jesus é o Espírito Santo, desta mesma forma nós também podemos canalizar está atividade divina através do fluir do Espírito Santo em nossas vidas.
Agora se falarmos que Jesus não tinha possibilidade de pecar, então estamos vendo Jesus como ‘café com leite’ na brincadeira. Lembra, no pega-pega, uma criança menor e indefesa queria brincar, ela participava sem correr riscos, sem punição. Ou podemos vê-lo como “mala preta”, como nos jogos de futebol que são comprados dias antes, o resultado já é certo. Entram em campo apenas para interpretar suas decisões. Ou então como se diz nos presídios, ‘tá no seguro’, tem alguém ou algo dando cobertura, segurança. Não participa e não luta somente com suas forças.
Então como Jesus pode falar: “Eu venci o mundo”, pois se o jogo foi vencido por piedade do oponente, suborno ou as custas de terceiro sua vitória não foi legítima. Uma vitória legítima é aquela conquistada por seus méritos dentro dos padrões e regras pré-estabelecidas. Como está escrito em Hebreus 2.17,18, a vitória na cruz só teve validade porque Jesus viveu semelhante aos homens e em tudo foi tentado, por isso pode socorrer aos que são tentados, ou seja, se você nunca usou drogas dificilmente você poderá entender e ajudar um drogado de forma plena.
Para concluir, João nos lembra que aqueles que não confessam que Jesus veio em carne não são de Deus, são enganadores. Por isso creio que Jesus viveu como homem semelhante a nós e com a possibilidade do erro através do seu livre arbítrio. Não vejo a quarentena no deserto como a única ou maior tentação sofrida por Jesus. Como nós, Jesus deve ter tido sua vida inteira tentada, de ponta a ponta, é claro com algumas tréguas, pois Ele orava constantemente, um homem cheio do Espírito Santo. Se não fosse assim as suas palavras de entusiasmo, garra, força, resistência, combate, ânimo, alegria, paz e amor não teriam o poder que elas têm. Seriam apenas a utopia de um Deus que tirou uma temporada entre os homens. Mas graças a Deus que enviou seu único Filho e a Jesus que aceitou se despojar da sua posição e dos seus atributos para se tornar semelhante a mim e a você, entender como homem o que sentimos nas tentações, nos dar o consolo e a força necessária em cada situação. Através desta atitude hiper altruísta de Jesus podemos encontrar o caminho de volta aos braços do Pai, neste mundo de tantas tentações a oferecer nos desviando da santidade, Jesus é Luz que ilumina nossos passos, Ele é o Pastor que guia suas ovelhas com segurança em meio ao mais terrível abismo porque Ele já passou por lá e não caiu, por isso Seu Nome triunfará gloriosamente por toda eternidade.
CLODOALDO CLAY NUNES

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

YOM KIPPUR CRISTÃO

O Yom Kippur é o dia da Expiação celebrado pelos judeus no dia 10 do sétimo mês. Neste dia os judeus ‘afligem’ suas almas como o Senhor Yahweh orientou em Lv 23.26-32. Afligir a alma engloba descanso, jejum, perdão através de sacrifícios expiatórios e a raiz da palavra hebraica significa reconciliação. A essência deste dia é a mesma daquela encorporada no Natal. É o dia em que as pessoas olham para Deus e para o próximo, dia de reconciliação, perdão, bondade, amor, tudo lindo, mas infelizmente só dura 24 horas e o pior, não há a necessária valorização do relacionamento entre o homem e Deus e o Natal é o marco, o inicio de um novo relacionamento através de Cristo Jesus, o único intercessor entre Deus e os homens, mas Este neste dia fica escondido num monte de palha como uma criança indefesa em alguns presépios por ai. O reverenciado mesmo é o Noel, um velhinho bondoso que dá presente no final do ano para aqueles que se comportaram bem durante o ano. Sua roupa original era marrom e após uma propaganda da coca-cola onde o Noel apareceu de branco e vermelho sua roupa se padronizou desta maneira. No Brasil ele é conhecido como ‘papai’ Noel, mas que tipo de pai ele é? Se o considerarmos um pai espiritual estamos pecando, pois Jesus afirmou no cap. 23 de Mateus: “A ninguém na terra chameis de vosso pai; porque só um é vosso Pai, aquele que esta nos céus”, temos um pai genético e um Pai espiritual que é Yahweh. Este personagem nasceu na América por imigrantes holandeses e espelha a vida de Nicolau, bispo de Mira (Turquia) no século IV, neste mesmo século começou a comemorar o nascimento de Jesus. Mas que dia Jesus nasceu? Não temos certeza nem do ano, presume-se que Jesus nasceu no ano 4 a.C. um ano antes da morte de Herodes, o Grande. Temos que lembrar também que Jesus não é um ser criado, não teve inicio nem terá fim, Ele é eterno.
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A única forma que Jesus nos orientou para celebrarmos a sua vida e não apenas o seu nascimento é a Ceia do Senhor, onde através de um ritual com o pão e vinho simbolizando a carne e o sangue de Cristo, celebramos a importância de Cristo nas nossas vidas. No Natal a ceia é regada a glutonarias e bebedices igual a igreja de Corinto que precisou ser repreendida por Paulo. São raras as famílias que ao menos oram antes da ceia e tem aquelas que seus integrantes se entorpecem tanto que mergulham em brigas, ofensas e distanciamento.
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O ser humano tem a infeliz facilidade de cultuar o que é visível e o culto a Jesus não tem esta oportunidade, então começaram a enxertar práticas pagãs no Natal. Além do Noel, o grande símbolo do Natal, há o culto à natureza, esta prática de enfeitar um pinheiro é muito antiga, povos pagãos mantinham esta prática para agradecer a natureza pela provisão oferecida e o pinheiro é símbolo de força e resistência. Nas cidades e nas casas há luzes por todos os lados para suprir a falta da verdadeira Luz de Jesus e contrastar com as trevas da sociedade. O dia 25 de dezembro é o dia em que os pagãos cultuavam Rá, o deus sol, que entre algumas civilizações era considerado o ápice da divindade. Temos também o consumismo desenfreado que não se associa ao cristianismo. Natal é o dia mais hipócrita do ano, tudo é regido por uma atmosfera de fantasia e falsidade, aquilo que a pessoa não foi e não fez durante o ano, ela vai fazer em um único dia. Reconciliação, perdão, união familiar e ajuda aos miseráveis são pontos fortes neste dia, mas cristianismo não é isto, reconciliação, perdão, união e ajuda aos necessitados é uma constância na vida do cristão. O Natal é um alivio de consciência para aqueles que passaram o ano displicentemente e agora fazem alguma coisa para não fechar o ano em branco, ou melhor, em trevas. Mas isto é insignificante perto da essência cristã. Deveria ser ao contrário, viver este espírito durante o ano todo e no dia escolhido para comemorar o nascimento de Cristo seja exclusivo para exaltar e cultuar Aquele que é digno de glória e louvor, como se fosse um balanço, um acerto de contas e serviços. O Natal perdeu a sua essência e o seu ideal, hoje é dominado pelo paganismo e o consumismo, pontos que nos distancia dos ensinamentos de Cristo.
Deus já nos mostrou várias vezes que Ele tem nojo de celebrações, louvores e sacrifícios que não são acompanhados de obediência e santidade, atitudes que expressam a nossa nova natureza, um viver avaliado por nosso próprio interior, não apenas pelo exterior. Os mornos serão vomitados por Deus, são intragáveis e causam ânsia no Criador, estes ficam em cima do muro, cogitando em vários pensamentos e práticas, querem servir a vários senhores transformando suas vidas em um sincretismo religioso abominável aos olhos do Senhor.
Ah! Mas uma árvore decorada não tem nada a ver, nem tem a intenção de cultuar a natureza é somente para entrar no ‘espírito’ natalino, e o Noel diverte as crianças, transmite paz e bondade, é uma mentirinha que faz bem, né? Será que Deus tem o mesmo ponto de vista, não creio. Mentira sempre será uma mentira e o culto talvez não seja diretamente, mas está alimentando e sustentando esta prática pagã. Não podemos extirpar a celebração do Natal, mas temos que reavaliar nossos conceitos e práticas, nos tornando imagem e semelhança de Cristo ao invés de nos deixarmos levar pelo curso deste mundo ilusório e de valores contrários a vontade de Deus. Temos que abominar a religiosidade que invade nossas vidas destruindo nossa espiritualidade como um câncer.
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O Natal não tem magia, é atitude que tem que ser tomada todos os dias do ano, nos lembrando do dia do nosso novo nascimento espiritual através de Jesus Cristo, pois a partir deste momento é que a semente do ‘Logos’ (Jesus) nasceu em nossos corações dando-nos uma vida espiritual. E quando enfocamos este nascimento abrangemos também nossa origem, natureza e essência. Somos originários do ultimo Adão, o espírito vivificante, nossa natureza é espiritual e a nossa essência é negarmos a nós mesmos para seguir a Cristo, suprir as carências dos necessitados, valorizar os excluídos e rejeitados, pois Cristo falou em Mt 25.35 que quando fazemos algo pelo próximo estamos fazendo para Ele. E O Natal nas nossas vidas é diário, pois a cada dia renasce a esperança e a misericórdia de Deus no nosso coração sedento.
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Clodoaldo Clay Nunes.

EFEITO BORBOLETA

O filme retrata explicitamente nosso livre arbítrio diante das variedades de caminhos que nossa vida pode tomar de acordo com nossas decisões e ações.O rapaz volta a ser garoto, volta ao passado para novamente passar por situações que determinaram um caminho desagradável e tenta mudá-los. Mas como mudar o passado? Impossível? Não. Podemos alterar nosso passado, mudando, fazendo-o tomar outro rumo. Há coisas na vida que são certas, plantou abacaxi, vai colher abacaxi e de forma alguma irá colher uvas. Então, se eu sei o futuro, logo posso mudar o passado. Hoje é o passado de amanhã e é este passado que eu posso mudar. Mudar o passado que ainda não passou. A questão é não dividir o tempo em passado, presente e futuro. Apenas ter em mente a Lei da semeadura, da retribuição, nesta vida tudo que se planta dá.
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É lógico que temos limites, há passado que já escapou de nossas mãos, não cabe mais a nós esta mudança, mas isso não significa que ele ficou imutável. Temos um aliado poderoso, o tempo. Ele é mestre em acertar, transformar e apagar o passado. O que temos que fazer é esquecer, deixar o barco navegar, pois se até o tempo não for capaz de mudar, de contornar a situação, não se preocupe nada é impossível para o nosso Deus.
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Há uma cena na cadeia quando os caras ameaça catá-lo. Uma frase dita por seu companheiro de cela: “Quando eles vierem se refugie na sua mente”. Isto é um principio espiritual. Quando o inimigo de nossas almas nos ataca temos que nos refugiar em nossas mentes que já devem estar abastecidas com a Palavra de Deus, como Jesus fez no deserto. Ele buscou em sua mente, não procurou a Bíblia para lê-la à Satanás. Falou de prontidão, toma lá, da cá. A sua mente já estava abastecida para o ataque, Ele já tinha o seu arsenal preparado, como na guerra fria, onde URSS e USA mantinham mísseis apontados para o inimigo e pronto para o ataque. E a nossa mente é o maior campo de batalhas de nossas almas. É ai que são travadas as enormes guerras do nosso ser. Por isso a própria palavra nos instrui a constantemente alimentar, renovar nosso entendimento.
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No final vemos o que Deus quer que façamos. Como o Evan queimou todas as recordações negativas do passado, aquilo que ainda o escravizava. Se o seu passado te causa tristeza, te leva a angústia ou é uma porta para voltar a ele, então queime-o. Guarde somente aquelas recordações que te trazem esperanças (Lamentações 3.21), seja ela negativa ou positiva, somente a sua consciência pode avaliar se estas recordações serão benéficas ou maléficas. Deus quer que deixamos as coisas que para trás ficam e olhamos para frente. Só se lembre do passado que te leve ou leve outros para um futuro melhor. Do resto faça o que Deus faz com nossos pecados já perdoados, jogue no mar do esquecimento.
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CLODOALDO CLAY NUNES

PRIORIDADE FEMININA


O que é prioritário na nossa vida? Qual o objetivo principal da nossa existência?
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Atualmente temos uma geração feminina que progrediu muito com a revolução idealizada pela igualdade dos sexos. Tanto é esse desejo de igualdade que muitas sacrificam a excelência do seu ser, ou seja, a capacidade de gerar e dar a luz a sua descendência para uma competição acirrada com o sexo oposto. Há pouco tempo atrás, mulheres estudavam, tinham algum tipo de emprego comum, mas sua visão, o seu objetivo era se casar e ser uma boa mãe e esposa, para não identificá-la como ‘dona-de-casa’, por isso era motivada a conhecer receitas de culinária e truques domésticos. Raramente encontrava-se uma mulher que visava mais o profissional do que o familiar, diferente do homem, que para participar da família, tem que cumprir o seu papel profissional. A carreira mais admirada por elas era a majestosa profissão de educadora. O pai era o mantenedor e a lei, a mãe a administradora e a graça, lugar de carinho, consolo e conselho a todo momento.
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Hoje a mulher busca a ‘carreira’ profissional, nada contra, mas contra a obstinação de muitas que colocam isto acima do seu papel de ser mãe e esposa. Ou deixa para ser mãe tarde demais e algumas nem conseguem mais por vários motivos, inclusive o uso ininterrupto de hormônios. Outras se dedicam tanto a sua profissão que não vive a criação dos filhos, e se tornam mães ausentes, dão de tudo para os seus filhos, menos amor, conselho e presença. É certo que os pais também se tornam ausentes, mas a falta da mãe, principalmente nos primeiros anos da vida, se torna uma ferida extremamente dolorosa.
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Ah! Mas estamos no século vinte e um, novos tempos, novo milênio, a vida está mais difícil e todos buscam uma independência financeira, dar o melhor para os filhos, buscar um futuro tranqüilo. Então a mulher sai a ‘caça do mamute’, ou seja, vai trabalhar, não para ‘acrescentar’ a renda da família, mas para correr lado a lado com o homem, a casa e os filhos ficam na supervisão da empregada ou são praticamente ‘abandonados’.
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Mas até aonde vai a dependência financeira? E quando começa a dependência consumista? Ou são a mesma coisa com adjetivos diferentes? Primeiro, para um cristão não soa bem a palavra ‘independência financeira’, a única independência que almejamos e conquistamos é a independência do ser humano daquele estado pecaminoso. A vida abundante que Jesus nos oferece nada tem a ver como bens materiais, estabilidade financeira, lógico que isto está incluído, pois Deus não deixa os Seus sem provisão. Os cristãos são os mais dependentes de todos, somos dependentes de Deus, nosso Criador que a nossa fonte de sustento. O mundo corre obstinado atrás do consumismo desenfreado, propagandas envolventes gritam suscetivelmente que necessitamos de objetos desnecessários, a cada natal, dia dos pais ou das mães, aparecem novas tecnologias que nos fazem parecer ‘mortos’ sem elas. E os filhos têm que estudar em colégios particulares, playstation2, geladeiras forradas com tudo que tem direito, celular último modelo, roupas de griff, etc. Estas são as necessidades dos jovens. Os pais se desdobram para não deixar os filhos desatualizados da galera. Jovens que estão desatualizados dos valores familiares, inclusive do verdadeiro valor da necessidade, não se compadecem do necessitado porque não sabem o que é necessidade, não sabe o que é o verdadeiro amor. Somos seres insaciáveis na esfera carnal, queremos sempre mais e mais de tudo aquilo que massageia o nosso enorme açougue ambulante, pois temos carne para os mais variados tipos de tentações.
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O consumismo é insaciável, basta ter dinheiro para se concretizar uma compra e quanto mais dinheiro, mais compra, mais dinheiro quer e menos quer compartilhar. Torna-se um ciclo crescente e sem fim, podendo levar pessoas a frustração e depressão caso não se possua o sonho do seu desejo.
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E quando a mulher relaciona o profissional com o ministerial? Abandonar o chamado de Deus para estar bem colocada no mercado de trabalho é certo? Neste ponto não há regras nem diferença dos homens, esta resposta é singular. Cada uma tem uma opinião. Mas cada uma também terá também suas conseqüências. Se Deus te chamar para o ministério integral e você fugir, não se esqueça de Jonas, sua vida será um mar tenebroso e você será um risco para todos que estão ao seu redor e nada que eles fizerem aliviará sua condição rebelde. Maria escolheu melhor do que Marta, Jacó melhor que Esaú, Ló pior que Abraão. Nem sempre a campina verde é a melhor. A dedicação ao serviço integral à Deus pode ser vitalício ou às vezes Deus nos chama para um tempo determinado e integral com Ele, um tempo de cura, aperfeiçoamento, restauração, um pequeno Kairós que fará uma enorme diferença no restante da vida. E nada mais estressante do que não vivermos de acordo com o nosso coração, quando Deus nos chama para Sua obra, este desejo nasce no nosso coração, não somos impulsionados por pastor ou família, mas sim por uma chama que arde na essência do nosso ser. Jonas desde o principio sabia que estava contrariando a vontade de Deus, mas por razões pessoais (rivalidade e vingança aos ninivitas) se tornou rebelde. Será que nossos argumentos pessoais são mais convincentes do que os de Jonas. Não creio, pois Deus sabe todas as coisas e se nos chama para a obra significa que ali, na Sua vontade encontraremos o sentido da nossa vida. Leia Lucas 9.57-62, nem o conforto, família ou assuntos deste mundo são empecilhos para não aceitarmos o chamado para servi-Lo. É certo que o coração é enganoso, mais quando este coração está na mão de Deus, ele é guiado pelo Espírito Santo a trilhar o seu verdadeiro caminho e cumprir o sentido da sua existência. Ouça a voz que ecoa no coração que está descansando na sombra do Onipotente.
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Ore, Medite. Esteja sensível a direção do Espírito Santo e siga a sua doce voz, não se esqueça que isto é o melhor para você com o direito de negar e se encarregar das trágicas conseqüências por tomar um rumo que te levará cada vez mais longe da vontade de Deus para sua vida, mas nunca longe de Deus, pois Este até mesmo nas profundezas do mais terrível abismo estará lá para te orientar ao Norte da sua bússola. Este abismo pode ser um lugar próprio, sofisticado, lindo, cheio de jóias e conforto, mas sem nenhum resquício do incomparável amor de Deus que enche o ambiente de paz e alegria.
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Clodoaldo Clay Nunes.