terça-feira, 24 de novembro de 2009

INCLUSÃO SOCIAL INDÍGENA


Minha crítica quando a ensinar a Palavra para os índios em sua própria língua não significa que estou desvalorizando a sua cultura, mas é exatamente o contrário, a visão é enriquecê-la. Os índios são seres iguais a nós, capazes de serem poliglotas, eles tem raciocínio para ser desenvolvido e creio que há interesse (e se não há podemos facilmente criar) da parte deles para aprender o idioma oficial do país que eles vivem, votam e expressam a sua cultura, como acontece em países vizinhos, onde o nativo sabe o idioma do país sem abandonar a sua língua nativa. Não podemos deixar nossos patrícios alienados da realidade brasileira, e sem saber o português o índio fica cada vez mais distante da tecnologia e do desenvolvimento social, ou seja, praticamente um selvagem, pois todos os povos correm atrás do crescimento e da melhoria, então porque não damos oportunidades aos índios? Por ser uma cultura milenar distante da nossa? Mas e os japoneses que dominam a tecnologia de ponta sem abandonar sua tradicional cultura milenar. O que parece é que o branco chegou e roubou a terra do índio, encurralou-os em um mínimo espaço de terra, distante da civilização tanto geograficamente quanto socialmente, tanto é que em muitas aldeias é proibido o contato com os índios.
.Isso é um absurdo! Isto é mais uma grade da jaula que encarcera os índios. Os brancos fizeram com os índios o trabalho de Satanás, mas em nome de Deus. Roubou, matou e destruiu, mas eram jesuítas, “discípulos de Jesus”. O mínimo que podemos fazer a este povo sofrido e quase dizimado é fornecer a eles uma vida melhor, e isto inclui um computador, um livro, um carro, etc.
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Para o governo falido é interessante uma massa burra, até os brancos que vivem em capitais como São Paulo, há crianças na 4ª serie que não sabem ler e escrever. O projeto educacional nacional é fraquíssimo, até no nível superior, existem muitas faculdades, mas tirando as públicas são poucas as que têm um nível relevante. Não podemos contar com o governo nas capitais quanto mais nas aldeias. Então esta é mais uma ferramenta para nós que somos Luz agir nesta escuridão. E sabemos que para sermos Luz não é prioridade pregar a Palavra de Deus. É como faz o missionário que ensina futebol para os marroquinos sem evangelizar (é proibido), mas a Palavra de Deus é conseqüência do testemunho de altruísmo dele.
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Quando vemos algum serviço social dos evangélicos, podemos ver que eles fazem um bem “condicional”, sua prioridade é evangelizar e o bem-estar é conseqüência, mas não é isso que aprendemos com a parábola do bom samaritano e com a vida de Jesus. Nossa visão é servir não importa a quem. Ou temos que fazer como o testemunho do pastor (miss. da tribo) que não deu carona ao índio porque ele estava bêbado? Vemos que outras religiões se aproximam mais do “bom samaritano” do que nós os “bons cristãos”, que com sutileza nos igualamos ao islamismo que impõe sua religião àqueles que são favorecidos por suas obras. E tudo que é imposto não é prazeroso, até chocolate se torna ruim quando você é imposto a comê-lo.
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Contudo, entendo que o melhor que possamos fazer é contribuir para a formação da cidadania do índio e a pregação do Evangelho é conseqüência da nossa vivência com eles. Assim se torna mais fácil levantar fundos para missões, pois a visão se tornou em bem estar, melhorias na vida de pessoas necessitadas. Até mesmo incrédulos na Palavra de Deus podem crer no projeto e participar. Hoje para levantar sustento de missionários é difícil até no meio cristão, imagine na sociedade em geral onde a imagem cristã está deturpada quando se fala em dinheiro, pastores são chamados “ladrões” que tiram dinheiro de pessoas leigas e desesperadas.
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Algumas instituições espíritas recebem subsídio do governo porque não impõe sua religião, a visão é beneficiar as pessoas, mesmo porque, esta é a idéia de salvação para eles, ganham o céu através do altruísmo. Nós também alcançaremos nosso objetivo de transmitir a Palavra através do altruísmo, ela acontece como osmose, é nosso testemunho, nossas atitudes pregam melhor que nossas palavras.
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Entendo que a situação atual dos missionários é como a de Paulo, não são todas as igrejas que podemos contar, umas por falta de verba, outras por falta de visão missionária. Então os missionários se tornam “fazedores de tendas”, ou seja, usam ferramentas para gerar o seu sustento. E a ação social “incondicional” é um meio para gerar verba com a sociedade e com o governo. E assim podemos gerar resultados instantâneos, pois a ação social é absorvida e usada desde o inicio da sua execução. Diferente daquele missionário que passa 20 anos entre estudar, traduzir e transmitir o Evangelho para começar a “ganhar” alguma alma.
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É certo que muitas coisas se tornarão mais claras quando são assimiladas dentro da sua própria cultura, mas a bíblia é cheia de expressões judaicas que fogem da nossa compreensão básica, são necessários estudos posteriores para um verdadeiro entendimento. E aprendendo o português, o índio faz um salto cultural e tecnológico e absorve o cristianismo básico, pois é este que ele precisa, é só o leitinho, a autêntica feijoada brasileira deixa para mais tarde, feita e servida por um discipulador.
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Temos que primeiro resgatar o índio da sua alienação social e patriota, pois ele não é um ser estagnado no seu conhecimento, pescar, caçar, plantar mandioca e morar em ocas. O índio necessita aprender agricultura, criação de animais em cativeiro, mecânica, elétrica, eletrônica, informática, etc. Assim também é fazer missões em países miseráveis, a Palavra de Deus não se torna tão eficiente como se ela estiver associada ao desenvolvimento sócio-econômico. A África não precisa de um “branquelo” dizendo “JESUS TE AMA”, ela precisa de educação, emprego, saneamento básico, etc. São “milagres” que os filhos da Luz (Mt 5.16) podem fazer desde que sejam visionários cheios de iniciativa, determinação e perseverança.
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Clodoaldo Clay Nunes.

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